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O dia em que me apaixonei por um rio chamado Tejo

Era uma manhã quente de setembro de 2018 quando meu avião começou a querer pousar e me permitiu enxergar a paisagem da cidade. Lá de cima eu via o dia amanhecer; estava bem naquela hora em que você já pode sentir a brisa fresca de um dia que vai ser bom. E eu sabia que ia ser. Mesmo não tendo muita ideia do que iria acontecer no momento em que o avião pousasse.

Lisboa parecia perfeita aos meus olhos. Realmente muito bonita, ora pois. Ainda não conhecia Portugal continental e nem sabia como eram as pessoas naquele lugar. Será que eu ia entender o sotaque? Será que elas seriam hospitaleiras? Será que eu me encaixaria ali? Infinitas perguntas me inundavam.

Sempre fui uma pessoa que gosta de aprender coisas novas, conhecer lugares novos e buscar sempre mais conhecimento. Pra mim, o mundo é minha escola, e o fato de estar ali naquele novo país, me mudando sem data pra voltar e com passagem só de ida, me fez vibrar com tanta intensidade, que comecei a chorar ao mesmo tempo que o avião se aproximava do pouso.

Eu mal podia esperar pra conhecer tudo que eu sabia que iria conhecer, pra descobrir tudo que iria descobrir, pra viver tudo que iria viver, e claro, pra comer pela primeira vez um pastel de nata – que por sinal, o da Manteigaria é melhor que o de Belém (mas isso é assunto pra outro momento). Ah, e falar dos pasteis me fez lembrar que preciso esclarecer uma coisa muito importante pra vocês que ainda não me conhecem bem. Não esperem nada muito diferente de mim, afinal, sou taurina e com essa informação vocês já sabem o que viu priorizar né? Minha lista de restaurantes já veio pronta comigo do Brasil.

Quando de fato cheguei no aeroporto e passei por toda a burocracia que se passa ao imigrar em um novo país, peguei as minhas malas e me sentei no primeiro banco que vi, antes mesmo de sair do aeroporto. Olhei pra elas, que estavam carregando a minha “vida” toda, e chorei de novo. Pareço muito emotiva quando narro isso, mas eu realmente estava vivendo um misto de sentimentos.

Finalmente, ao sair dali e seguir em direção à minha nova casa, pelo vidro do carro fui olhando tudo ao meu redor, tudo de novo que em breve eu iria desbravar, todas aquelas ruas que em breve eu saberia andar sem precisar de mapa, e de repente eu vi o rio Tejo com toda a sua extensão e beleza. Foi nesse momento que me apaixonei de vez por Lisboa. Minha nova vida ali estava só começando e eu tinha tantos sonhos pra transformar em realidade que mal podia esperar. Hoje quase 2 anos depois, olhando pra trás, percebo que não fazia ideia do quanto aquela experiência iria me transformar e me fazer crescer. Mesmo nos momentos que não foram tão bons assim. Aquela cidade bonita, que enxerguei no avião pela primeira vez, e que agora me passa uma sensação de pertencimento, tinha um tanto a me oferecer. E eu estava disposta a aproveitar todas as minhas chances. Daquele dia em diante Lisboa passou a ser sinônimo de lar pra mim. E desde então a chamo de Lisbonita, minha cidade amada.  

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